quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Viajantes da Amazônia: Manaus (Brasil) à San José (Costa Rica), milhares de quilômetros de aventura - PARTE II







Ao anoitecer, fomos ao terminal rodoviário de Ciudad Bolívar para seguir em outro ônibus para Barinas, última cidade antes da Cordilheira Venezuelana. Durante algumas horas ficamos no terminal e tivemos a oportunidade de conhecer uma família de Manauaras que moram em Caracas a alguns anos, após uma boa conversa e troca de contatos nos despedimos. A passagem para Barinas custou o equivalente a R$36,00 com duração de viagem de aproximadamente 18 horas (ônibus muito confortável, recomendo levar agasalho).


A parada para o "desayuno" foi em uma cidade na província de Portuguesa, chegamos em Barinas na hora do almoço, comemos algo no terminal e esperamos a saída da “buseta” com destino a Mérida. Apenas esse tipo de veículo faz transporte de passageiros nesta rota, já que a estrada cavada nas montanhas é estreita e sinuosa, os constantes crucifixos ao longo da estrada relembrava constantemente o porquê...


Os Andes Venezuelanos possuem uma paisagem deslumbrante. Infelizmente as nossas câmeras descarregaram antes do anoitecer e ainda seguimos pela estrada por muitas horas mais.









O calor de Barinas era substituído gradativamente pelo vento frio das montanhas, por volta das 18:30, já sentíamos muito frio: jeans, camisas longas e luvas já não eram o bastante. O frio literalmente penetrava o tecido das nossas roupas, as poças d'água na estrada congelavam, as pequenas cachoeiras ao lado da estrada já deixavam pedaços de gelo nas rochas e o que mais assustava é que ainda era verão. Neste ponto da viagem conhecemos um jovem venezuelano que nos acompanhou em conversa por um bom tempo. Seu sonho: ser integrante da Guarda Nacional Venezuelana.
Na parada para comer, por volta das 19 ou 20 horas, estavam apenas nos três brasileiros, o novo colega venezuelano e o motorista. Arepa de carne desfiada com queijo e suco de "Panela" foi o que comi (suco de cana muito parecido com caipirinha). Compramos gorros para frio e luvas e seguimos viagem. No vilarejo de Las Piedras, já estávamos acima das nuvens e a sensação era incrível.

Chegamos em Mérida quase as 22:00 hrs e pegamos um taxi fora do terminal, encontramos um jovem taxista que acabava de comprar fraldas e leite em uma drogaria, provavelmente para o filho, ele resistiu um pouco em nos levar pois já iria voltar para sua casa. Depois de uma breve conversa ele aceita e nos leva até a posada ao lado do famoso teleférico, esta parte da cidade estava sem energia elétrica no momento mas ele nos ajudou e encontramos a nossa posada.
Conversamos com a senhora dona da posada que foi muito gentil e antes de descansar, saimos para comer comida de rua, as famosas hamburguesas de Mérida. Os quiosques bem organizados e enfeitados com luzes neon, são bem mais interessantes que os quiosques do centro de Manaus. Duas hamburguesas com copo de refrigerante pelo equivalente a R$8,80. depois de comer arriscamos um passeio pela cidade e, depois de um “quase assalto”, decidimos voltar para a Posada. Na manhã seguinte, Carlos e Gustavo (meus companheiros de viagem) levantaram mais cedo para procurar em vão uma câmera que esquecemos na buseta, a linda paisagem ao sair da posada nos deixou boquiabertos, uma cidade cravada em um vale e as montanhas brilhando ao sol antes mesmo da luz de tocar a cidade.
O tempo agradável era algo diferente para nós do Amazonas, conhecemos a feira da cidade, a soverteria Coromoto (a sorveteria do livro dos recordes) e fizemos uma breve pesquisa de preços. Os preços em Mérida foram os mais baixos de toda viagem pela Venezuela por estar fora da rota tradicional de turistas brasileiros (Santa Helena – Margarita). O almoço foi na MC Donald's (Big Mac com fritas e refrigerante grande por R$5,00), a decepção ficou por conta do famoso teleférico em reforma










Após 2 dias em Mérida, seguimos nossa viagem com a companhia de um colega estadunidense que conhecemos na posada, a viagem de oito horas na buseta foi muito desconfortável, não havia espaço para as pernas e mal se podia cochilar e ainda tinhamos muito chão pela frente...

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